Páginas

domingo, 9 de setembro de 2012

'Lado Lado': Marjorie e Camila são mulheres à frente do seu tempo

Marjorie Estiano e Camila Pitanga | Foto: Maíra Coelho / Agência O Dia


Rio -  Marjorie Estiano e Camila Pitanga são mulheres modernas. Elas vivem personagens transgressoras, mesmo em uma novela de época,‘Lado a Lado’, a nova trama das 18h, de João Ximenes Braga e Claudia Lage, no ar a partir de amanhã, na Globo. Na história, Marjorie é Laura, nascida em berço de ouro, mas que não se conforma só com o luxo e a riqueza. Seus sonhos vão além de um casamento e filhos. É revolucionária. “Eu também nunca pensei em ser mãe como uma necessidade. Mais nova, eu queria ter três filhos, me casar, mas o pensamento foi se modificando, outras coisas foram chamando mais a minha atenção. Não que isso tenha se acabado, mas nesse momento eu não quero. Fora que precisa ter uma boa estrutura para receber uma criança. A responsabilidade é muito grande”, diz.

Camila interpreta Isabel, filha de ex-escravo, que trabalha desde os 14 anos como empregada doméstica na casa de Madame Besançon (Beatriz Segall), com quem aprendeu algumas palavras em francês. O idioma, Pitanga tira de letra. “Eu já estudei um pouco, não falo fluentemente, mas sei me virar”, conta.


A amizade das personagens é o tema central da trama. “Tenho boas amigas, de longa duração. No caso de Isabel e Laura, acho bonito porque nem sempre elas concordam. Acredito que uma amizade verdadeira não é aquela em que você adere a tudo o que a outra faz. Também é importante criticar, no sentido de trocar, de pensar junto. Elas defendem mais a questão da mulher nas ações do que no discurso. Laura dá aula, Isabel trabalha por uma questão de sobrevivência, não só de política”, explica Camila. Em vez do preconceito, a atriz prefere focar na afirmação do negro. “Mas ainda existe racismo”, afirma.

Se Isabel tem certeza do amor que sente por Zé Maria (Lázaro Ramos), Laura e Edgar (Thiago Fragoso) se casam sem desejarem. Mas, durante o convívio, redescobrem o amor da adolescência. Tal qual a personagem, o dia a dia também já transformou uma amizade de Marjorie em algo maior. “Foi com o meu ex-namorado (o músico André Aquino). Comecei a vê-lo de maneira diferente, passei a enxergá-lo mais como homem. A gente trabalhava junto e com o tempo a amizade acabou virando admiração, paixão. Não acredito em amor à primeira vista”, pontua.


Marjorie e Pitanga | Foto: Maíra Coelho / Agência O Dia


Se precisar, ela vai à luta. “Sou insistente em tudo, seja no trabalho ou no amor”, completa Estiano, que não gosta de ser rotulada. “Sou reservada, aí as pessoas dizem que sou meiga, tímida, isso ou aquilo. Acho natural o julgamento, o problema é o apego, se prender a uma ideia. Tenho os meus momentos mocinha, mas também sei ser vilã. Brigo quando tenho que brigar, sim”, garante.
Naquela época, as relações eram mais conservadoras. Com a modernidade, veio a liberdade sexual. Para Marjorie, algumas pessoas têm confundido essa conquista com a banalização do sexo. “O que me choca é a liberdade sexual que vira libertinagem. Não acho que o homem tem que pegar todas, nem a mulher sair transando com qualquer um por aí. Mas ainda está impresso na nossa cultura o machismo de que ele é o garanhão e ela, a galinha. Claro que todo mundo tem o direito de fazer o que tiver vontade. Mas eu não curto o ato sem respeito próprio. Não acho saudável. Acredito que é mais para ser visto do que para se realizar”, avalia.

A ousadia da personagem de enfrentar tudo e todos foi o que mais seduziu a atriz: “Ela segue o que tem vontade de fazer, tem instinto empreendedor de querer mover, realizar alguma coisa”.


Fonte: odia


Sem comentários:

Enviar um comentário

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...